Baiano é povo bom, é povo trabalhador, baiano é povo bom, é povo trabalhador

Quem mexe com baiano, mexe com Nosso Senhor, quem mexe com baiano, mexe com Nosso Senhor.

A Linha de Baianos na Umbanda é um tanto curiosa né? Eles vêm sempre muito alegres, fazem suas danças e é visível o quanto eles são capazes de alterar a vibração e energia dentro de um trabalho mediúnico.

E no meio de toda essa alegria, vem com eles também um poder muito forte em trabalhos de quebra de demandas negativas, os espíritos que atuam nessa linha dominam trabalhos de “desmanches” de kimbanda e magia. Apesar disso, não devemos confundi-los com linhas de Exu, ok? Segundo afirma Saraceni (2001), são trabalhadores em linha de trânsito evolutivo de eguns que serviram ao espiritual quando encarnados na Terra.

Em minhas pesquisas, encontrei uma referência em comum: os espíritos que atuam na linha de baianos na Umbanda são espíritos missionários que iniciaram nessa corrente, porque quando encarnados, haviam sidos babalorixás ou yalorixás na Bahia, ou culturadores dos Orixás nas terras baianas. Para quem se interessa em aprofundar o estudo, encontrei essa explicação no livro Umbanda Sagrada, religião, ciência, magia e Mistérios, do Rubens Saraceni, de 2001.

Se observarmos bem os movimentos de incorporação, a energia dos baianos e a forma de trabalho desses espíritos, identificamos muitas qualidades de Mãe Iansã: são bastante ativos e movimentadores de energia. Atuam em trabalhos relacionados à quebra de demandas, e também como ótimos conselheiros, transmitindo mensagens ligadas à uma conduta e ética na vida, sob o amparo da Lei Maior e da Justiça Divina.

Quando ouvimos os pontos de baianos, na Umbanda (aliás, recomendo muito a playlist que colei ali em cima, no início desse post), conseguimos ouvir muitas associações ao Trono da Fé, o que coloca essa linha sob influência também de Pai Oxalá e Mãe Oyá-Tempo/Logunan. E se você já teve a oportunidade de se consultar ou participar de uma consulta com algum baiano incorporado, provavelmente também observou conselhos ligados à religiosidade.

Baiana chegou na aldeia na noite da lua cheia,
Estremesse os corações e a fé se incendeia.
Pisa leve, pisa manso meu Deus, o Luandeia,
Clareia o Congá, Odoyá Mamãe Sereia.
E quando pisa na areia, o mar ja balanceia,
Joga rede pescador, proteção mãe das candeias.

Eu gosto de pensar que há forte ligação com Mãe Iemanjá, sabe? Pessoalmente, não sei se influenciada por esse ponto, ou por saber que Salvador é litorânea, que é uma região importante para nós, umbandistas, e que tem Iemanjá como uma padroeira, eu sempre vejo uma relação de baianos com Iemanjá. Não li nem encontrei ainda nenhum artigo ou estudo sobre isso, é só um sentimento pessoal, ok?

Quando eu vim da Bahia, estrada eu não via

Cada encruza que eu passava, uma vela eu acendia

Coquim, coquim, baiano

Coquim, coquim é da Bahia

Coquim venceu demanda, 

Com a senhora da Guia

Orixá Regente: Iansã

Cores: Amarelo, vermelho, branco

Oferenda: fitas, linhas e pembas nessas cores acima, búzios, pimentas, ervas (buchinha do norte, cânfora, espada de Sta. Bárbara, quebra demanda, mamona, folhas de fumo, cidreira), flores (girassol, cravo, palmas, açucena, flores do campo e gérberas amarelas e vermelhas), bebidas (água de coco, batida de coco, aguardente, suco de casca de abacaxi com melado de cana).

Saudação: É da Bahia!

Referências:

2001, SARACENI, Rubens. Umbanda Sagrada, Religião, Ciência, Magia e Mistérios.

2017, Site Umbanda eu Curto. Baiano.