O que o crescimento do interesse pelas práticas e e conhecimento dos rituais ancestrais tem a nos dizer nos dias de hoje?
Já não é de hoje que é possível observar uma crescente no interesse em tudo o que está relacionado ao oculto, seja através do aumento da disponibilidade de conteúdo na internet sobre esse universo (como canais no Youtube, perfis no Instagram, cursos à distância etc), como também a busca das pessoas, de forma mais orgânica, no seu dia-a-dia, de olhar para pequenas práticas e dar a isso um valor espiritual. E, nem é preciso comentar o quanto isso se intensificou com a pandemia, preciso? A quantidade de influenciadores, podcasts e produtores de conteúdo e marcas que surgiram nos últimos dois anos, oferecendo conteúdo, produtos e serviços relacionados à práticas energéticas e mágicas tem crescido assustadoramente. E, isso tem me levado a questionar: é um reflexo do ciclo de mercado, onde naturalmente as tendências já apontavam para uma retomada da ancestralidade como o foco de nossa atenção (pesquisas da WGSN – empresa de previsão de tendências global de 2019 já indicavam esse movimento nos próximos anos)? Ou isso seria exatamente um reflexo do comportamento humano guiado por uma força superior (e divina) que nos orientaria nesse processo de resgate da herança ancestral?
Observem os gráficos abaixo, do Google Trends, que apontam as buscas dos usuários e a curva crescente nos últimos anos para algumas palavras-chaves relacionadas às práticas ancestrais, mágicas, rituais antigos e que fazem parte (ou não) da Umbanda e de nossa essência:
Enfim, esse é um tipo de post inédito por aqui, tem muita relação com o meu trabalho e a forma como eu penso e organizo os conteúdos que abordo aqui também. A diferença é que dessa vez a abordagem foi mais direta, no sentido de trazer evidências, para aí sim, pontuar o questionamento:
Para onde estamos caminhando quando buscamos essas informações, esses conteúdos? Não pergunto enquanto indivíduos, mas pensando enquanto egrégoras: como umbandistas, quando buscamos por um curso ead de ervas, por exemplo, onde vários médiuns estudam, de suas residências, anotando em seus cadernos, o uso de ervas para banhos, defumações, limpezas e equilíbrios energéticos etc, o que queremos com isso enquanto grupo? Já pensaram sobre isso? Porque, enquanto Anne, eu busco esse conhecimento para aplicar para mim, para facilitar esse conteúdo na minha mente para quando um Guia/Mentor precisar acessar durante uma consulta, enquanto eu estiver incorporada, e para que eu possa ser útil de alguma forma, em algum aconselhamento. Ok. Mas, se pensarmos de forma coletiva, qual o impacto dessa busca de conhecimento de cada umbandista?
Acho que, para uma segunda-feira, dia de Exu, pode ser um bom pensamento para iniciar a última semana de abril 🙂